Indiana Jones digital?

Passaram-se muitos séculos desde os primeiros desenhos nas pedras até o império digital ora instalado (perdoem-me o trocadilho). A cada dia nos surpreendem mais os recursos não só das máquinas, mas também dos programas. Será realmente impossível a revolução encabeçada pelo Skynet (O Exterminador do Futuro)?
Digressões cinematográficas à parte, a Edição n. 300  (jan/2012) da Revista Superinteressante trás uma matéria instigante intitulada "A Arqueologia dos Tempos da Web", com uma abordagem no sentido de que, para "compreender os dias de hoje, os historiadores do futuro vão se debruçar sobre fotos, e-mails e posts na Internet" (p.65). Isso mesmo, não paramos para pensar, mas, em momento posterior, as coisinhas que empurramos para o tráfego digital poderão ser usadas para uma análise da história da humanidade (!), tal como os primeiros Homo sapiens podem ter feito, despretensiosamente, entre uma caçada e outra. Existirá uma espécie de Indiana Jones digital.
Pensando nisso, e considerando que não temos certeza absoluta de quem acessa e armazena tudo (ou temos?), podemos imaginar o tamanho do trabalho que daria analisar as bilhões de fotos que são colocadas nas redes sociais e nos "sites" de relacionamentos, termo que revela, aliás, mais uma provocação da revolução digital, até que se oficializem a grafia e a pronúncia para o português, ainda em disputa com "saites" ou "sítios", pelo que sei, e que não consta do VOLP (como "e-mail" também não).
Voltando à "arqueologia", recebi o relato de um amigo que ficou furioso por causa da, digamos, malandragem, de uma certa seguradora e imediatamente postou uma reclamação num "site" próprio (imaginem o nome dele...). Pasmem, a resposta anunciando o reconhecimento do erro e o atendimento da "queixa" veio, se não me engano, no dia seguinte. Se cumpriram ou não é outra conversa. Agora, dá para imaginar no futuro alguém escarafunchando as milhares de reclamações diferentes e buscando conclusões antropológicas a partir delas? Pois é, tem que dar.
Quando aderi ao (ora decadente) Orkut, tive oportunidade de colher bons frutos, especialmente encontrar amigo (de verdade mesmo, não aquele apenas assim nomeado) que há muito não via, o que ocorreu também aqui no Blog com outras pessoas. Cansei-me, todavia, daquelas comunidades estranhas, como, sei lá, "Odeio dormir com chuva" ou algo parecido. Fala sério! Sem contar que apareciam muitos bisbilhoteiros por lá.
Agora aderi ao Facebook, que parece mais "reservado". É legal dar umas risadas com a vida alheia, rever pessoas (mesmo virtualmente), expor um pouco dos passeios e coisa e tal, afinal, é como se pudéssemos levar aqueles que gostamos junto de nós. Entretanto, concluirão que todos os seres humanos que vivem, por exemplo, em 2012 são realmente felizes? 
Se levarmos em conta que nas redes sociais pouco se expõe das dificuldades e fraquezas humanas, salvo raras exceções, de fato, alguém poderá concluir que todos nós somos livres de problemas e felizes. "Todos, menos a Luiza"...

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