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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Despertando

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No aroma do café matinal é que, de fato, desperto para um novo dia. Curioso como algumas coisas passam a fazer parte da vida da gente, não é? Durante uns bons anos não pensei muito sobre o café que tínhamos na casa de meus pais todas as manhãs, desde a longínqua época em que nas casas das minhas avós eu via o fruto sendo torrado e depois moído antes de ser "passado no coador de pano". Cheguei mesmo a fazer uma troca por achocolatado durante um breve período. Depois de casados, eu e minha esposa ficamos sem ele por alguns meses, afirmando que não fazíamos questão, até que sentimos a ausência de algo em nossas manhãs e concluímos admirados que era do café, que retornou à nossa mesa com o auxílio de uma cafeteira. Os anos se passaram, a cafeteira quebrou e assumi o prazer de forjar a bebida sem ela, todas as manhãs, moldando aos poucos o rito que hoje vigora a cada alvorecer. Enquanto as silhuetas de vapor se desprendem da mistura de pó e água e impregnam nossa cozinha,

Indiana Jones digital?

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Passaram-se muitos séculos desde os primeiros desenhos nas pedras até o império digital ora instalado (perdoem-me o trocadilho). A cada dia nos surpreendem mais os recursos não só das máquinas, mas também dos programas. Será realmente impossível a revolução encabeçada pelo Skynet ( O Exterminador do Futuro )? Digressões cinematográficas à parte, a Edição n. 300  (jan/2012) da Revista Superinteressante trás uma matéria instigante intitulada "A Arqueologia dos Tempos da Web", com uma abordagem no sentido de que, para "compreender os dias de hoje, os historiadores do futuro vão se debruçar sobre fotos, e-mails e posts na Internet" (p.65). Isso mesmo, não paramos para pensar, mas, em momento posterior, as coisinhas que empurramos para o tráfego digital poderão ser usadas para uma análise da história da humanidade (!), tal como os primeiros Homo sapiens podem ter feito, despretensiosamente, entre uma caçada e outra. Existirá uma espécie de Indiana Jones digital.

O regresso

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Olhando as últimas estrelas do céu enquanto caminhava, ele conseguia esquecer a fome que apertava seu estômago, a mesma que o fizera  amadurecer o raciocínio que o levara a regressar. O começo, depois que recebera sua parte da herança, fora tão bom quanto fugaz, mas a certeza de que sua autossuficiência seria capaz de reverter o quadro de decadência impediu-o completamente de perceber a ruína iminente, mesmo diante da crise que se abatera sobre a região.   Num primeiro momento, o contato com a lama misturada com os excrementos gerou uma ânsia instantânea, mas a convivência diária com aqueles animais foi, parodoxalmente, o fogo que purificou seu coração e sua mente, servindo de fonte de reflexão e aprendizado. Antes disso, o orgulho era uma barreira intransponível e pensar em voltar era algo que não cogitava. Ao perceber que o cheiro fétido do lugar contrastava com o desejo louco de comer aquelas vagens atiradas aos porcos e que lhe eram negadas, ele aceitara o retorno c

Rara Calma

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Impossível não fazer um inventário pessoal num ano que se finda, ao menos para quem tem um mínimo de consciência de que está por aqui de passagem. " O tempo voou, nem percebi, mas sou o mesmo homem que um dia você conheceu " diz a música, o que é verdade em relação à nossa essência, embora diversas circunstâncias nos afetem e nos modifiquem, especialmente quando se olha para trás dos quarenta anos. De minha parte, principiei o ano de 2.011 cheio de esperanças e expectativas. Umas se concretizaram, outras ruíram, como acontece com todo mundo. No fechamento, tenho que reconhecer, terminei melhor do que cheguei a imaginar em alguns momentos. Depois da tentativa frustada de correr uma meia maratona no ano passado, acreditei realmente que seria diferente em 2011. Ledo engano , apesar de todo esforço. Para se ter uma ideia, tive alta em dezembro de 2010 do tratamento do joelho direito e agora, em dezembro, ainda não tive alta do tratamento da segunda lesão consecutiva no es