Despertando
No aroma do café matinal é que, de fato, desperto para um novo dia. Curioso como algumas coisas passam a fazer parte da vida da gente, não é? Durante uns bons anos não pensei muito sobre o café que tínhamos na casa de meus pais todas as manhãs, desde a longínqua época em que nas casas das minhas avós eu via o fruto sendo torrado e depois moído antes de ser "passado no coador de pano". Cheguei mesmo a fazer uma troca por achocolatado durante um breve período. Depois de casados, eu e minha esposa ficamos sem ele por alguns meses, afirmando que não fazíamos questão, até que sentimos a ausência de algo em nossas manhãs e concluímos admirados que era do café, que retornou à nossa mesa com o auxílio de uma cafeteira. Os anos se passaram, a cafeteira quebrou e assumi o prazer de forjar a bebida sem ela, todas as manhãs, moldando aos poucos o rito que hoje vigora a cada alvorecer. Enquanto as silhuetas de vapor se desprendem da mistura de pó e água e impregnam nossa cozinha,