A prova
Era noite de terça-feira, por volta das 20 horas e 30 minutos. Certamente ele estava feliz no seu primeiro dia de férias e faltavam apenas uns quinhentos metros para chegar em casa, descansar nos braços da esposa e curtir as duas filhas, sua linda família. Se houvesse tempo, antes de apagar a luz da garagem para dormir, ainda poderia, antes de ir dormir, dar uma olhada no Opala marrom que estava restaurando. O suor, apesar do friozinho da noite, devia escorrer-lhe pela face. Quem sabe ele até estivesse arriscando uma "forçadinha", pelo condicionamento que vinha adquirindo, afinal, a prova escrita do concurso se aproximava e, com ela, a iminência do teste físico que o motivava a estar ali na rua àquela hora. Talvez ele até tenha percebido a aproximação do Fiat Uno pela suas costas, mas não pôde reagir. Na reportagem fria do jornal do dia seguinte, o título dizia apenas que o trânsito maringaense fizera sua vigésima nona vítima no ano. Tantas vezes havíamos visto reportagens se