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Minha esposa estava cansada. Já não atendia às suas necessidades. Resolveu trazer um mais novo para a cama. É difícil depois de tantos anos acostumar-se com tamanha novidade. Essa coisa de modernidade às vezes causa certa confusão, não é? Fica aquela impressão de traição. Relutei um pouco é verdade, mas acabei aceitando; afinal, as expectativas mudam com o passar dos anos e é preciso abrir-se a novas experiências. 
Confesso que para mim também não estava nada legal. Algo ia mal em nossa cama e eu também estava sendo prejudicado. Percebi que precisava da novidade, após tantos anos. Decidi, apoiado em relatos de outras pessoas, que o número um era pouco, dois era bom, mas três podia fazer a diferença.
A primeira noite foi estranha. A Leila sentiu-se desconfortável, conforme me confidenciou. Não sei não, talvez deseje deixar tudo como estava. O velho talvez atenda melhor suas necessidades do que ela imaginava.
De minha parte, também tive dificuldades, mas admito  ter gostado. Senti-me bem mais relaxado ao final. Acho que ela vai entender seu eu preferir insistir mais um pouco e, quem sabe, tornar tudo definitivo, ao menos até que seja necessária nova mudança.
Dormir com um travesseiro novo é mesmo diferente. Com três, então, nem se fale! Isso mesmo. Ou pensou em outra coisa?
É que talvez assim eu me livre dos torcicolos terríveis que andam me assombrando.

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