Cento e dezoito

O frio que insiste em queimar minhas narinas convida-me a olhar o horizonte cinza em busca do Sol. Ele que aquecerá e amenizará a sensação de enrijecimento e paralização corporal, dando forças para seguir. 
Enquanto isso, lembro-me do problema  que há algum tempo tirou-me a vontade de ir trabalhar. Isso nunca havia acontecido antes. Se tivesse permanecido, as coisas ficariam piores, pois teria que dar justificativas  e, ainda que tivesse empregado todo aquele  dia, a solução não viria naquele momento. Pior, afetaria ainda mais a minha consciência por não ter cumprido com o meu dever profissional. Assim, pensando nisso e no Sol que jogaria sua Luz no problema, fui. O dia se foi, novo dia e outros vieram. A solução começou a ser construída.
Ao longo da vida, em quantos e quantos momentos não nos sentimos paralisados diante de dificuldades aparentemente insuperáveis? No instante em que o problema que nos afeta surge e somos jogados ao chão, nem sempre é possível erguer a cabeça e, de um salto, reagir. Uma reflexão sempre é necessária para ajustar a mente, reafirmar convicções e preparar o próximo passo; afinal, somos ou não seres racionais?
As dificuldades colocam em teste os nossos limites,  até os que jamais sonhamos em ter, apesar de, não raro, serem muito bem conhecidos dos que nos rodeiam no trabalho, nos círculos de amizade sincera, na igreja.
Agora, pela segunda vez,  tomo contato com outro limite que me impede de correr uma meia maratona. Seis meses de expectativa, com inscrição feita desde Janeiro para a 5ª Meia Maratona  das Cataratas (Foz do Iguaçu-PR), marcada para 03 de Julho. 
Dois dias depois de um treino tranquilo, com tudo aparentemente sob controle... A dor e a incerteza de lesões já conhecidas do outro joelho.  O raio caiu bem próximo de onde caíra da vez anterior. Só mudou o lado.
Não levou muito para eu perceber que não daria. Não, não se trata de "jogar a toalha", mas de conhecer o próprio organismo e seu tempo de resposta em confronto com a proximidade do dia esperado.
Há uma tendência em rejeitar os limites, principalmente no mundo atual, cada vez mais competitivo e onde, para uma boa parcela das pessoas, só tem reconhecimento aquele que consegue chegar, consegue sucesso profissional, consegue a atenção.
É difícil não ser contaminado, ainda que por alguns momentos, pela sensação de ter sido derrotado por si mesmo. Contudo, olhando em volta, vejo tudo o mais... meu Deus, minha família, minha Igreja, meu trabalho, meus amigos... E levanto...
Levantando, consigo enxergar por cima da cruz os motivos que tenho para seguir em frente e ter a certeza de que, se Deus permitiu a queda, eu precisava cair. Precisava lembrar que não posso tudo sem Ele e que tudo é graça Dele.
Penso nas flores dos manacás da serra, cada vez mais  presentes em Maringá. Suas cores recordam que há a Luz do Sol por trás  das nuvens cinzentas. 
O número 118 não largará, mas "Amanhã será um novo dia", basta crer... e, mais uma vez, recomeçar.

Comentários

Ei Wellington, é uma pena... Mas esse período eu meu desempenho na engenharia nao foi mto bom... entao vo cortar tudo que eu gasto meu tempo...
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lethícia bernardes

espero mantermos o contato!!
Um abraço!