O baobá e a inspiração

Meses atrás,  minha filha Isabela (4ª série) chegou toda empolgada pedindo uma garrafa pet de refrigerante para fazer um trabalho escolar. Achei muito bacana o intresse pelo trabalho, não só pela nota, mas porque realmente ela e os colegas de classe haviam sido inspirados pela professora Eliane. Contou-me que a professora havia lido um livro que, dentre outros assuntos, falava sobre uma tal árvore africana chamada baobá, enorme, e sobre a qual eles fariam uma representação com a dita garrafa de refrigerante.
Em seguida, contou-me que a professora tinha conseguido um contato com o autor do livro, dizendo-lhe que os alunos gostaram da história da árvore e que cada um faria um trabalho escrito específico sobre a África, embora no contexto das matérias estudadas. O autor, interessou-se e prometeu alguns exemplares do livro aos alunos que fizessem os trabalhos mais expressivos.
Passados alguns meses, numa simples e emocionante solenidade, no anfiteatro do Colégio Carlos Démia, foram entregues os prêmios aos alunos, com a presença da ainda nova Diretora Irmã Celi, que assumiu apenas neste ano a direção, e dos familiares. Para agregar um toque de mistério e mexer ainda mais com a imaginação dos alunos, foram mantidos em sigilo os nomes dos elaboradores dos trabalhos escolhidos.
Achei fantástica a iniciativa da professora, do Colégio e do autor do livro. Que belo modo de inspirar os alunos! Escolhidos ou não, todos puderam tirar lições valiosas, como persistência, resignação, autoconfiança. Não é fácil ao longo do ano escolar, propiciar que um aluno possa enfrentar o público, embora formado de pais e colegas, para agradecer tão somente pela oportunidade de fazer o trabalho, como foi o caso do Gabriel. Isso não tem preço!
A professora está de parabéns por ir além de suas obrigações, as quais cessariam com a exposição da matéria e a aplicação do trabalho. A mestra, contudo, viu no livro a oportunidade para motivar seus alunos. O mundo com certeza será melhor com mais atitudes como a sua, que levam a criança a querer e a acreditar na própria capacidade de alcançar novos horizontes, não importando o time para o qual se torce ou qual a religião que se tem. Para tanto, menos do que o gasto financeiro, tenho certeza que houve o emprego sem medida da alegria, da certeza de que aquilo seria bom para os alunos e do prazer em lecionar.
Espero sinceramente que o Colégio, por sua nova (e inovadora) Direção não hesite em continuar apoiando outras iniciativas assim.
Com tudo tão recente, ainda não pude ler o livro Baobá – Cenas e Fatos D’África, mas espero que o autor Altair Maia tenha a certeza de que sua gentileza fez a diferença na vida das crianças e seus pais.
A todos eles, muito obrigado pelo que fizeram aos alunos, especialmente à Isabela.
Aos alunos, que a lição valha para toda as suas vidas.

Prof. Eliane e Isabela
À Isabela, parabéns porque acreditou em si mesma e deixou a inspiração falar ao seu coração. O fato de seu trabalho sobre o tema Vegetação Africana, com uma abordagem sobre Wangari Muta Maathai (Prêmio Nobel da Paz de 2004), ter sido um dos escolhidos é apenas mais um componente de tudo isso.

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