"Boys don't cry"


No início de 1987, logo cedo, eu pegava um ônibus para "aliviar" parte do trajeto até o Colégio JK, onde estudava, quando me deparei com um rapaz magro, alto e de vasta cabeleira encaracolada, que iria estudar justamente no segundo ano do (então) segundo grau, na mesma turma que eu, o Cleverson, o Reinaldo ("Rato"), o Sormani, a Christiane Castanheira, o Rogério Brasil ("Véio"), e outros tantos. Para além da convivência com a turma do colégio, passamos a frequentar a casa um do outro. Estreitamos os laços. Compartilhamos as angústias próprias da época, jogamos bola, "azaramos" as meninas do colégio. Curtimos Legião Urbana, The Cure, e outros tantos em vinil, que ele tinha.
Desde aquela época, o Marco Antonio (esse o cara) tinha sonhos de viagens pelo litoral e passeios diversos, que a mim, confesso, pareciam distantes, afinal, a economia brasileira era extremamente instável.
Distanciamo-nos por diversos motivos. Após a conclusão do ensino médio, eu comecei a trabalhar, entrei para a faculdade de direito, planejei meu casamento e coisas do gênero. A família dele precisou mudar de Maringá. Foram para Brasília e depois Curitiba. Não havia internet. Trocamos correspondência em 1997, mas perdemos contato novamente, até o reencontro em 2010, sobre o qual já falei algo neste blog ("Reencontos", março).
Legal é que o Marcão mostrou-se exemplo de superação, de luta, enfrentando uma doença seríssima, que quase lhe tirou a vida. Casou-se com uma mulher maravilhosa chamada Kelly. Os dois têm atividade (adicional) de guias turísticos (e não é que ele transformou o sonho de viajar em algo produtivo?).
No feriado de 12 de outubro, eu, a Leila, as crianças e meus sogros estivemos com ele e a Kelly em Foz do Iguaçu. Reencontramos também sua irmã, seu cunhado, sobrinha, que estiveram em nossa casa em março, e seus pais, que eu não via há quase vinte anos. Foi muito emocionante estarmos todos juntos novamente. Só não choramos, afinal "Boys don't cry" (The Cure). Será? Obrigado Marco A., Kelly e toda a família. Até breve.

Comentários