Deslizes de um formando adolescente. (Conclusão)

Nossa turma

Não existia no meu mundo nem sequer telefone, quanto mais o e-mail, no ano de 1986; logo, a comunicação à distância para mensagens não urgentes se restringia às cartas,  daquelas escritas a mão, colocadas em um envelope e transportadas pelos Correios, para quem não se lembra. Com elas, enquanto tentava me adaptar a Maringá e efetivar-me em novo círculo de amizades, eu pude manter contato com alguns amigos de Nova Cantu, saber das novidades e coisas do gênero.
Indiara, Alessandra e Simone
Embora as novidades em Maringá fossem muitas, a lembrança das amizades deixadas ainda era algo forte. Entre os vários jovens com os quais me  correspondi durante um bom tempo, não posso deixar de mencionar a Simone, com quem me reencontrei uma única vez na Cidade Canção, e também a Indiara. Ambas acompanharam meus primeiros tempos de "maringaense" e as dificuldades de adaptação.
No entanto, como eu digo, algumas coisas a gente não precisa de foto para recordar e, para ser sincero, tenho que relembrar um deslize, certamente fruto da imaturidade própria da adolescência. Eu e a Liliana Sobieray tínhamos uma boa amizade. Só que, não sei o porquê, nos desentendemos no coquetel da formatura e foi cada um para o seu canto.Coisa de adolescentes.
Se eu pudesse, voltaria e tentaria dar um desfecho mais maduro para o fato, unicamente para preservar a integridade da amizade naquele momento, especialmente sabendo hoje que teríamos tão pouco tempo antes da nossa partida da cidade, pois meu pai receberia em breve um convite para trabalhar na Tesouraria Regional do Banco Bamerindus e mudaríamos.
Eu gostava dessa camiseta. Sumiu na mudança.
Equipe do Bamerindus
No mês de dezembro de 1985 ainda, teve uma festa em Nova Cantu, acho que por ocasião do aniversário do Município, na qual trabalhei com a equipe do Banco, mas não me reconheço na foto que temos.
Olha eu lá atrás!
Curiosamente não me vem à memória o momento em que saímos de lá definitivamente. Lembro que meus pais tiveram um jantar de despedida na casa da Amélia e do Yamada, com a família de um outro Oscar, chará e amigo do meu pai.
Retornei a Nova Cantu também uma só vez, quando fiquei na casa dos irmãos Bueno e pudemos contar as novidades do ano de 1986.
Depois disso, ironia: na minha colação de grau em Direito, em fevereiro de 1995, encontrei-me com o "Ziquinha" Bueno, ou melhor, ele encontrou-me no Ginásio Chico Neto, abafado e lotado com formandos de todos os cursos da Universidade Estadual de Maringá. Trocamos algumas palavras e os números de telefones, mas infelizmente, não conseguimos seguir adiante com a comunicação.
Recebemos algumas vezes a visita dos amigos Amélia e Yamada, que moram há anos em Campo Grande-MS, mas também faz um bom tempo que não temos notícia.
Entrada: Ângela, na sequência a Liliana e atrás eu. Veja  a seguinte.
Creio que no primeiro semestre de 1986, recebi uma carta na qual a Liliana desculpava-se pelo desentendimento havido no coquetel da formatura e dizia que tinha retornado à Curitiba, sua cidade de origem. Fiquei muito feliz e fiz o mesmo, pedindo desculpas. Foi um alívio, mas a distância falou mais alto e perdemos o contato novamente. Coisas da vida.
Passados tantos anos, em plena fase digital, obtive contato com a Liliana novamente em julho deste ano, quando relatou sobre seu casamento e a linda família que ela e seu marido têm. Como é bom saber que está bem e feliz! Relembramos que ela detestava que a chamassem de "LilianE", o que acontecia sempre quando se mudou para Nova Cantu, especialmente por causa de uma menina com esse nome que fora embora no final do ano de 1984, antes que a Liliana chegasse.
Além disso, colocou-me em contato com a Ângela Fontana, que mora muito longe, mas igualmente está bem. Isso tudo ocorreu antes que eu escrevesse as postagens sobre aquele período e serviu de motivação.
Ângela e Liliana, esta com seu sorriso marca registrada.
Ângela, Liliana, eu, Valter, Davi.
A Liliana conseguiu umas fotos incríveis da nossa Formatura, que eu compartilho, com sua corajosa autorização. Muito legal relembrar que ficamos próximos na missa, numa foto que eu não tinha ideia da existência. As fotos também provam que ela e a Ângela já eram mesmo "unha e carne". Vendo a foto delas juntas, fico com pena que não ter tirado mais fotos com os outros amigos e amigas.
Penso que sou eu de costas ao fundo. Será?
Na sequência, por meio das postagens, fui contatado também pelo Carlos Ramos, hoje advogado em Curitiba, que se formou conosco naquela Turma da Oitava Série e jogou futebol e handebol comigo.
Seria legal se outros daquela época entrassem também em contato, pois fiquei muito contente em saber que, mesmo com as dificuldades pelas quais todos passamos e os erros cometidos, restaram boas lembranças da nossa adolescência, há vinte e seis anos atrás.
À Liliana, muito obrigado pelas fotos e pelo respeito que resisitiu ao tempo e à distância.
A todos, grato pela paciência e pelo carinho.