Foco

Às vezes a gente tem que pensar muito nos nossos valores para continuar fazendo o que é certo.
Ligação de telemarketing. No recanto do lar fruindo uns minutinhos de paz, o telefone toca, o identificador de chamadas acusa um número desconhecido e absurdamente grande. Boa coisa não é, a começar pela forma obscura com a qual tiveram acesso ao número de telefone da minha casa. Querem a confirmação de dados pessoais. Digo que não confirmo nada por telefone, busco ser educado, polido, mas sem dar muita corda. Vêm com um  lero-lero de uma oferta especial: um cartão de crédito ou empréstimo que não preciso e não quero. Por maior que seja minha habilidade em desvencilhar-me sem agredir o ser humano que está do outro lado, as dificuldades vão aumentando e já se foram preciosos minutos de paz.
Precisando fazer o registro de uma escritura pública, fui até o cartório de registro de imóveis, que não posso escolher, com a papelada na mão:
"- São R$ 613,09."
"- Parcelamento?"
"- Não."
"- Cheque para 30 dias?"
"- Não."
"- Já que não tem jeito... Ah, quando fica pronto o registro?"
"- 30 dias."
Valor que muitas pessoas têm como salário, o cartório cobra para registrar. Pagamento à vista, serviço a prazo. 
Saio do cartório, pego o carro para ir embora. Num cruzamento, carro chique na minha frente. Se ele manobrasse mais habilmente eu conseguiria, sem correr, pegar aquela outra rua antes que o trânsito impedisse. Demora...  demora... faz a curva todo desengonçado... Falando ao celular! Espero o trânsito seguir, chego à rua que queria. Adiante um caminhão tanque de combustível está "embaçando" o tráfego. O motorista... falando ao celular. Puxa, não foi hoje de manhã que vi a campanha para não usar o celular ao dirigir? Será que só eu prestei atenção?
Inúmeros são os dias em que chego na academia e não encontro vaga próxima para estacionar. Deixo meu veículo longe. Para chegar à porta de entrada, vou observando a quantidade de carros  estacionados, digamos, "com folga". Os apressados da manhã chegam e pensam que locaram o espaço público só para eles ou que a mensalidade dá direito para abusar do estacionamento da academia sem pensar nos outros. Vez ou outra, vá lá, afinal, todos cometemos pequenos deslizes na hora da pressa. O "x" da questão é que são sempre os mesmos, entende? E eu tomando o maior cuidado quando chego cedo para deixar espaço para os que vierem em seguida...
É preciso ter muito foco para não se perder...

Comentários

Liliana Sobieray disse…
Em muitos casos é preciso contar até dez e pensar no azul!!!
Isso Liliana, no azul do céu.