Foi "corrido", mas valeu!

Léo(verde), Mascarin (centro) e eu.

De expectador, passei a participante e, pela segunda vez consecutiva, corri a Prova Rústica Tiradentes, em Maringá. Em virtude da Semana Santa, este ano a data foi alterada do dia 21 de abril para o dia 15 de maio.
Por causa de um compromisso em uma cidade próxima, ao qual não queria faltar de jeito nenhum, pedi ao Leonardo que pegasse meu  chip. Ele é "personal" da Academia Clinisport, que frequento, mas já me sinto à vontade para chamá-lo de amigo e pedir um favorzinho.

Aquecimento.

No retorno a Maringá, um grave acidente automobilístico na Rodovia PR-323 entre o Distrito de Água Boa e  Dr. Camargo, ameaçou causar um congestionamento, uma vez que chegamos ao local segundos após a ocorrência. Antes que isso acontecesse, como já haviam muitas pessoas prestando socorro, aproveitamos uma brecha aberta por dois caminhões e seguimos adiante. Chegamos em casa às 16 horas. Foi o tempo de trocar de roupa para, às 16 horas e 30 minutos, finalmente pisar na Avenida 15 de Novembro, local da largada, pegar o chip e o número de peito com o Léo. Encontramos o Mascarin, parceiro de outras corridas e que agora integra a Acorremar (Associação dos Corredores de Rua de Maringá). Conheci o Mascarin ano passado e é muito legal ver como ele evoluiu e foi destruindo tempos pessoais. Feito um aquecimento rápido, partimos para o meio da multidão (3.680 participantes).

Final

No percurso de 10 quilômetros, enquando tentava manter o ritmo programado, fui pensando em tudo que ocorreu em minha vida desde a minha primeira participação e também nos últimos dias que antecederam a competição. Quanta coisa se passou, quanta coisa mudou. Quase perdi pessoas queridas e outras eu perdi mesmo. Fiz novos amigos. Tive lesões que exigiram de mim superação e relembraram-me que é preciso ter fé e também fazer a nossa parte. As alegrias e sofrimentos que permearam o último ano foram explodindo em minha mente a cada metro. Expirando, procurava lançar as lembranças ruins para fora, na certeza de que se dispersariam na atmosfera. Inspirando, eu tentava reafirmar tudo de bom que rececebi e aprendi, como um agradecimento a Deus por estar ali, apesar de tudo.
Nesta edição, além de participar, eu tinha um outro objetivo, fazer o percurso em menos de 50  minutos. Não fiz preparação específica para isso, pois quero mesmo é correr minha primeira meia maratona, o que pretendia fazer no ano passado e não pude por conta das lesões. Para os experientes é pouco (ou muito, como queiram), mas para um ex-sedentário, considerei uma meta razoável, principalmente sem esse foco na preparação. Aliás, essas metas de tempo, valem-me apenas como motivação para seguir praticando a atividade física, não só pelo prazer, como também para seguir controlando o peso, principalmente agora, que cheguei nos "quarenta". Nesse desiderato, segui forte no primeiro quilômetro, mas depois desacelerei um pouco, apenas tomando o cuidado de manter o ritmo o mais próximo possível de 5 min./km. Segui sem desitir, até o fim, mais uma vez. Fechei meu tempo pessoal líquido em 00h:50m:11s, mas até agora não sei o tempo oficial, por conta de um probleminha com o sistema de chip da prova. O máximo que consegui, foi uma foto em que apareço no cantinho, com o relógio da prova que confirma aproximadamente o tempo líquido que eu marquei. Tem nada não. O tempo não é o único componente que me motiva, como já disse.

Léo, Ana, Leila, e eu. Isabela e João Pedro, nossas cças.

Agora penso em quantas pessoas que abandonam seu objetivo, por vários motivos. Muitos, infelizmente, desistem mesmo é por falta de humildade, por se acharem superiores à meta inicialmente proposta. Outros, por pensarem que são demasiadamente inferiores, julgam-na inatingível. Isso não ocorre apenas falando em corrida. A corrida é uma metáfora da vida. Nesse microssistema, em que se luta para derrubar tempos ou atingir determinada distância (meus almejados 21 km, por ex.), estão  representadas outras lutas, como falar em público, dirigir, conviver com a família, impor limites aos filhos, abandonar vícios, e mais, muito mais que se possa imaginar.

Fiquei feliz do mesmo jeito. Fiz o que pude, aliás, o melhor tempo da minha vida. Isto a corrida tem de bom: a endorfina nos deixa felizes de qualquer forma. Além disso, com uma preparação mais focada, ficou evidente que tenho potencial para conseguir futuramente. Por ora, contudo, penso apenas que tenho um encontro marcado com 21 Km em Foz do Iguaçu, no dia 03 de julho, se Deus quiser. De quebra, no mesmo dia desta Tiradentes, pude abraçar meu irmão, que há um tempo não via. Que Deus o ajude e lhe dê forças para atingir seu objetivo também.

Sprint final. Foi fácil não...(ahahah!). Saiu no Sandro Cabral.