Uma noite pela França e manhãs de futebol.

Ninguém é perfeito. De minha parte, procuro não esconder dos meus filhos meus defeitos e meus erros.  Tenho uma  personalidade sensível, que vai da raiva à compreensão e do silêncio à palavra em questão de segundos. Melhorar isso é uma busca constante.
Quanto aos nossos filhos, eu e a Leila aproveitamos para ensiná-los que é possível evoluir a partir dos defeitos e aproveitamos cada momento de nossas vidas, incluindo as atividades extracurriculares, que são excelentes momentos para isso e para aprenderem que precisam buscar equilíbrio em tudo, apesar das dificuldades.
Xadrez, nunca joguei. Não tive oportunidade para aprender. Contudo, o João Pedro adorou o projeto da sua Professora Simone, que incentiva a prática e este ano contou com a parceria do Professor Vagner, de educação física e futsal. Brilhante oportunidade para exercitar o cérebro e também para ele poder, orgulhoso, ensinar-me ao menos os rudimentos do jogo.
Quinta-feira, 29/11, tudo certo para eu ir à academia à noite, coisa que prefiro não fazer neste horário, mas que me restou como única opção. Antes, contudo, deveria buscar a Isabela no ensaio de um espetáculo preparado pela escola. O ensaio demorou. Muito. Vários pais chateados, bravos com a demora. Perdi a hora da academia. Para piorar, fiquei com fome e também "estressei" na hora, embora ciente de que era algo complexo, com várias crianças e adolescentes juntos. Por que não marcaram em dois dias? Por que assim? Por que "assado"? Ao fim e ao cabo, cada vez que sucumbimos à nossas imperfeições, fazemos mal a nós mesmos. Melhor é deixar passar. Quem sabe numa outra oportunidade seja feito em dois dias, exigindo um tempo menor de permanência lá. Paciência.
Sábado, dia 1° de dezembro, 6 horas da manhã. Despertamos no mesmo horário de todos os dias. Não é fácil, mas desta vez o João Pedro tinha participação no 1º Torneio BIGBOL de Futebol Society Infantil,  que fez parte da atividade extracurricular, para fechar o ano. Lá fomos todos nós e meu pai. O campo é do outro lado da cidade, um centro de futebol society chamado BIGBOL (fone 44.4141-6234), com cinco campos, lanchonete, churrasqueiras, etc., tão legal quanto longe da minha casa, mas valeu cada suado segundo.
Como é bom ver os meninos jogando, brincando, interessando-se pelas informações sobre o evento. Aliado a isso, nós pais podemos nos conhecer melhor e é uma grande oportunidade para conversar com o filho, reafirmar os valores que tentamos ensinar, como ser corajoso, leal, ao mesmo tempo em que respeita o adversário e se preparar para a vitória, consicentizando-se de que para isso devemos encarar eventuais derrotas... Curioso como alguns pais esquecem a idade do próprio filho e praticamente exigem a vitória, a perfeição. O que esperam?
A equipe do João Pedro (Sub 7) venceu o primeiro jogo por 3x2, perdeu o segundo por 2x3 e, venceu o último por W.O., avançando assim para as disputas do domingo, quando, mais uma vez, teríamos que levantar cedo. Independentemente dos resultados, ver meu menino ali se divertindo é, parodiando o cartão de crédito, algo que não tem preço.
Voltamos para casa "aos cacos", sob um mormaço insuportável.
Ainda tentando esfriar os miolos tostados no sol quente da manhã e início da tarde, chegamos à noite para o espetáculo Uma Noite pela França, do Grupo de Dança Bougez Votre Corps do Colégio Carlos Démia, um projeto da Professora Jennyffer, que previu a participação das equipes de Ginástica Rítmica, da qual faz parte a Isabela, e Ballet do Colégio, integrada pela Isadora (sobrinha e afilhada),  como convidadas.
Belíssimo espetáculo, que me fez esquecer a espera do ensaio dias antes! A Profª Jennyffer conseguiu realmente algo fantástico e envolvente, mostrando uma real competência.
Além disso, pudemos ver jovens comprometidos, sérios, concentrados, ao tempo em que se divertiam. Meninos e meninas, que há pouco víamos arrastando as fraldas pelo pátio, chorando pelos pais, onde vocês estão?
Nossa Isabela, linda, maravilhosa, que orgulho vê-la lá em cima! Havia vacilado em algumas notas e ficaria de fora, não fosse o comprometimento em se recuperar. Nisso, a grande lição. Eu e a Leila deixamos que ela corresse atrás do prejuízo e se reabilitasse. Ela foi quem teve que se arranjar com as caronas para os treinos extras, quem acertou a preparação da roupa... Tudo concorreu, espero, para a correta compreensão de que cada conquista é fruto do nosso esforço pessoal e da graça Divina. Aqui, um agradecimento particular à dedicação da incansável Professora Nathalia, a quem temos profunda admiração e respeito.
No domingo de manhã, lá fomos nós novamente para o futebol. Dessa vez, o padrinho do João Pedro, meu irmão Luciano, se fez presente. Os meninos do Sub 7 perderam nos pênaltis a semifinal e, por um placar apertado, também não alcançaram êxito na disputa do terceiro lugar. Independentemente da colocação, o Professor Vagner foi muito feliz em propor a participação como um momento dos meninos aprenderem a lidar com a transição (alguns mudaram de categoria) e as adversidades (por treinarem outra modalidade - futsal), sem focar especificamente a vitória na competição.
Penso que esses momentos são conquistas também da atual diretora, Irmã Celi,  que imprimiu novo fôlego e um avanço no modo de ser da Instituição, como da Irmã Marli, da Jussara, da Viviane, da Professora Simone, enfim de todo o corpo docente e sua proposta pedagógica, que souberam compreender que muitos pais "chatos", "questionadores", querem apenas o melhor para seus filhos.
Apesar do cansaço no domingo e do resultado da Sub 7, ficamos para a disputa final na categoria Sub 11, até para sermos coerentes com os preceitos que pretendemos passar aos nossos filhos. Nessa categoria, o Colégio Carlos Démia, num jogo emocionante em que perdia por 2 a 0 para a equipe da Cocamar e conseguiu um empate nos instantes finais, tornou-se campeão pelo critério de desempate.
Preocupado se o João Pedro havia ficado chateado por sua categoria não ter sido campeã, disse para ele, como sempre digo, que o importante era que havia sido divertido. Ele, apontando para o troféu que o Sub 11 ganhou, disse: "Eu sei... Não tem problema não... E aquele troféu vai para a minha escola mesmo..." Com isso, mostro-me que já está vendo muito além.

(Abaixo, algumas fotos dos eventos mencionados - clique para ampliar).













Comentários

Marcos Boggo disse…
Parabéns pelo esforço e dedicação dispensado aos ensinamentos e acompanhamento de seus filhos amigo.
De fato, todo esse seu esforço e à sua presença, fará uma grande diferença no futuro deles.
DEUS esteja sempre com vocês.
FELIZ NATAL!